A Netflix é hoje um exemplo claro de como aplicar a inovação ao criar um negócio pode ser arriscado, mas também pode trazer resultados satisfatórios, como no caso deles, de se tornar uma superpotência de streaming e o maior nome do entretenimento no mundo atualemente. E no livro A Regra é Não Ter Regras, todo esse movimento da marca é exposto.
Como um serviço que nasceu das mudanças, não poderia ser diferente que a Netflix trouxesse essa energia de transformações também em sua maneira de fazer negócio e liderar seu time. Nasce então o que o autor e CEO da Netflix chama de cultura da liberdade, que permeia toda cadeia de inovação da empresa, apresentando a realidade de um local sem regras e seguro para os trabalhores.
Engana-se quem pensa que essa obra é sobre a história do maior streaming que temos hoje. A sua pegada é muito mais focada no mundo corporativo, repleto de estratégias empresariais aplicadas pela Netflix que fazem ela se movimentar internamente com o toque de inovação. Por isso, escolhi trazer aqui alguns ensinamentos que consegui retirar do livro A Regra é Não Ter Regras.
A união faz a força e um livro também
O livro A Regra é Não Ter Regras tem 352 páginas e leva a assinatura de Reed Hastings, CEO da Netflix, formado pela Faculdade de Stanford, e Erin Meyer, escritora, especialista em negócios e professora no INSEAD Business School em Paris, que tem aqui o papel de analisar algumas estratégias aplicadas por Reed na cultura organizacional da Netflix.
Mas um dos fatos que mais me chamou a atenção é que a narrativa da cultura da empresa não é ditada apenas pelo CEO da Netflix e sua parceira especialista em negócios. A contextualização de diversas de suas afirmações sobre a cultura da empresa é exemplificadas na fala de colaboradores da Netflix, por meio de entrevistas com centenas deles.
Seus relatos, para mim, são o que dão gás e mais credibilidade ao livro, pois essas inserções mostram como ele foi feito muito além de duas pessoas, provando que um dono sozinho não faz uma empresa, sua cultura e muito menos um livro sobre esses temas. É preciso um time engajado e motivado para ver tudo isso fora do papel – ou, literalmente, no papel.
Liberdade com Responsabilidade: o principal conceito da cultura da Netflix
Medir a eficiência dos colaboradores de uma empresa através da quantidade de horas trabalhadas já não é a prática mais indicada. Fazer essa mensuração por meio de projetos realizados (seja por quantidade ou qualidade) é o ideal a se buscar atualmente.
Mas para que isso seja colocado em prática e mostre resultados satisfatórios na empresa, a liberdade é essencial. Não é à toa que no livro A Regra é Não Ter Regras, somos apresentados à expressão que permeia a cultura da Netflix: liberdade com responsabilidade.
“Dar mais liberdade aos funcionários os levou a assumirem um maior senso de responsabilidade e a se comportarem com mais adequação. Foi quando Patty e eu cunhamos o termo “Liberdade com Responsabilidade”. Não se trata apenas de precisar de ambas as coisas; uma leva à outra. A ficha começava a cair. A liberdade não é o oposto da responsabilidade, como eu pensava. Ao contrário, é um caminho para atingi-la.”
Para alcançar essa ideia de liberdade com responsabilidade, Reed Hastings conta que levou alguns pontos em consideração, como:
- Densidade de talento;
- Cultura do Feedback;
- Eliminação dos regimentos.
A questão da densidade de talento veio de forma espontânea e natural à mente de Reed. Ele conta que em 2001 a empresa passou por uma crise que demitiu diversos colaboradores. Essas demissões o fizeram notar que os que sobraram para seguir trabalhando se mostraram cada vez mais criativos.
Foi então que a noção da densidade de talentos se instalou na Netflix. Ele não precisou contratar mais pessoas para ter mentes criativas trabalhando a todo vapor, bastou ter ficado com os melhores que tinha no time e logo as mentes de alto talento começaram a prosperar por estarem cercadas de pessoas de seu mesmo nível.
Reed segue nos apresentando como a cultura do Feedback funciona dentro da Netflix. Ele enfatiza que essa prática torna o aprendizado de colaboradores mais rápido.
A desvinculação da negatividade do Feedback é possível por meio de devolutivas do trabalho sendo repassadas de forma calma, branda, garantindo ao funcionário que essa mensagem é uma forma de o ajudar e não um alerta para uma possível demissão, pois ele pertence a aquele lugar que quer o ver crescer e se destacar.
Há 4 diretrizes muito interessantes para o Feedback, sendo chamados de 4As do Feedback:
- Alvo a alcançar: explique qual será a melhora com aquele apontamento;
- Ação específica: cite qual pode ser a maneira de mudar;
- Agradecer: se receber uma crítica agradeça abertamente;
- Aceitar ou descartar: escolha quais mudanças realmente te beneficiarão.
Por último, mas não menos importante, está a eliminação dos regimentos, que sustentam o nome do livro: a regra é não ter regras!
Reed explica que isso é feito dentro da Netflix, eliminando, por exemplo, a política de férias, orientando apenas verbalmente para quais as datas são aconselháveis não se afastar da empresa ou sobre a quantidade de pessoas que podem se afastar por vez.
Aplicando essa ideia, os reflexos são em um time que escolhe trabalhar de forma mais eficaz e tiram seus descansos nos momentos que mais precisarem, voltando desse período mais inovadores e criativos.
Acredito que a essa altura, você já entendeu que o livro A Regra é Não Ter Regras é uma leitura que indico! Além dos pontos da liberdade que mencionei aqui, a obra também conta com outras dicas de como pensar fora da caixa ao gerir um negócio, como o encorajamento de funcionários a não pedirem permissão para os chefes para tomar decisões. Arriscado, né?! Mas se deu certo na Netflix, talvez vale a pena.
Deixo essa descoberta por sua conta nas páginas do livro A Regra é Não Ter Regras!
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